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P O E T R Y
P O E S I A
BY/POR:     SANDRA FALCONE



Sexta Hora

Naquela tarde
meu pensamento
vacilava pela sala,
querendo um lugar
no sofá,
mas os papéis brancos
resmungavam
lembranças.
O tempo
que corria lá fora
resolveu parar
nos instantes eternizados
dos porta-retratos,
que insistiam
em dizer-se
saudade...
Lá fora já era noite
quando o último pape,
anda branco,
me acenava
no dorso do vento,
pela calçada.


Nota de Falecimento

morreu ontem
nesta capital
às 21 horas um poema de amor

fruto de encontro consonontal
foi concebido num papel
(sem timbre)

alimentado por
um substantivo
comum
seus primeiros passos
foram dados
num artigo
indefinido

alfabetizou-se
num adjetivo primitivo
derivado

caiu de amores por um
numeral ordinal
mas foi traído
por um pronome
possessivo

com a ingenuidade
natural da sua essência
acreditou no verbo
como verdade absoluta
mas esqueceu do advérbio

morreu docemente
por falta de inspiração
provocada por uma
indigestão lingüística

o féretro aconteceu
às 2 horas de hoje
na confluência
da rua da preposição
e conjunção
paralelas à interjeição
num texto
morfologicamente
correto
mas...
inócuo

Sandra Falcone        
Brazil        

.

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